O Instituto Cidades Responsivas lançou esta semana uma importante iniciativa para contribuir na organização futura das ações para a reconstrução das áreas afetadas pela enchente no Rio Grande do Sul. Dezenas de pessoas perderam suas vidas e milhares estão desalojadas e desabrigadas no estado vizinho, que está em situação de calamidade pública.
A iniciativa é de cadastramento de voluntários para agir na construção de abrigos, infraestruturas temporárias e reconstrução das cidades afetadas. Em apenas dois dias, o cadastro já contabilizava 10.000 inscrições, entre profissionais e empresas.
“Ao mesmo tempo que estamos mobilizados em campanhas de doações para as famílias, em solidariedade a quem foi afetado por essa calamidade, estamos dispostos, como arquitetos e urbanistas, a contribuir nas futuras ações necessárias para a reconstrução dessas áreas atingidas, com foco em planejamento e soluções eficientes para que as cidades possam estar preparadas para eventos extremos como esse que podem se tornar frequentes em virtude das mudanças climáticas que vivenciamos”, afirma Ronaldo Martins, presidente da AsBEA-SC.
Clique no link para acessar o SOS RS – Formulário Cadastro Novos Voluntários.
AsBEAsc Entrevista
Saiba mais sobre a iniciativa nesta entrevista que fizemos com Pedro Portes, advogado, especialista em direito público, MBA em Cidades Responsivas, que atua nas relações institucionais do Grupo OSPA e em escopos de planejamento e gestão urbana no Instituto Cidades Responsivas.
🔸 O que é o Instituto Cidades Responsivas?
É um núcleo de pesquisa e educação dedicado ao desenvolvimento das cidades. Unindo conhecimentos e profissionais de arquitetura, urbanismo, economia, direito, ciência de dados e tecnologia, a atuação se dá por meio do ensino e de consultorias em temas relativos ao desenvolvimento urbano.
🔸 Qual o perfil das pessoas que estão se cadastrando?
Mapeamos de acordo com o tipo de ajuda. A maioria indicou que pode oferecer auxílio em projetos de arquitetura, mas há um extenso número de voluntários para projetos de instalações elétricas, de gás, e para a execução de obras.
🔸 Quais iniciativas pretendem desenvolver a partir do cadastramento?
Já estamos fazendo uma articulação com agentes de municípios afetados, entidades intermunicipais e com o estado do RS. Vamos colher informações e as demandas dos entes públicos e direcionar os voluntários aos escopos necessários. Isso será feito a partir das informações prestadas pelos cadastrados e organizado por nossos programadores e cientistas de dados. Também vamos oferecer apoio técnico e jurídico para lidar com as questões burocráticas e auxiliar na concepção de planos eficientes.
🔸 Em relação à reconstrução das cidades, como estão se organizado?
Estamos dialogando com inúmeros agentes públicos, privados e do terceiro setor para montarmos um plano de ação efetivo. Temos um grupo de trabalho interno e, com os próximos desdobramentos, vamos incluir outros agentes pertinentes
🔸 O momento atual é de solidariedade. Quais as possibilidades de contribuição dos arquitetos e profissionais do setor agora?
Inúmeras. Podem oferecer serviços de arquitetura diversos e mobilizar a rede de contatos para auxiliar na causa. Essas redes contam com incorporadoras, construtoras e fornecedores, cujo a colaboração pode causar um impacto positivo imenso. Todavia, neste momento é importante que todos os cidadãos e organizações se mobilizem para auxiliar.