Uma noite memorável marcou o início da gestão 2025-2026 da AsBEA-SC. O primeiro Encontro Criativo do ano, realizado na terça-feira (18.03) contou com a apresentação da nova diretoria e dos projetos planejados para os próximos dois anos, homenagem à arquiteta Maria Lúcia Mendes Gobbi, uma das fundadoras da entidade, e palestra da urbanista internacional May East com o tema “E se as mulheres projetassem a cidade?”. O evento reuniu cerca de 100 pessoas, entre associados e convidados, no auditório do Square SC, em Florianópolis.
“O foco deste evento é conteúdo e network, e tem como tema a valorização do protagonismo da mulher na arquitetura catarinense – outro foco desta gestão. As mulheres são 70% dos profissionais de arquitetura em Santa Catarina, conforme dados do CAU”, destacou a arquiteta Maria Aparecida Cury Figueiredo (Pari), presidente da AsBEA-SC, na abertura do evento.
Sendo o evento alusivo ao Mês da Mulher, a AsBEA-SC prestou uma especial homenagem à arquiteta Maria Lúcia Mendes Gobbi, sócia da Mendes Gobbi Arquitetura, uma das fundadoras da entidade, que completará 20 anos em 2026. Pari convidou a arquiteta Tatiana Filomeno, que foi a primeira mulher a presidir a AsBEA-SC, em 2015, para, juntas, entregarem a homenagem.
Maria Lúcia Mendes Gobbi
Reconhecimento ao pioneirismo
Maria Lúcia foi a principal articuladora para a fundação da AsBEA-SC e, com visão de futuro e consciente do potencial da arquitetura catarinense, ajudou a criar a entidade. Em seu discurso, Maria Lúcia contou que recebeu o convite para criação de uma regional da AsBEA em Santa Catarina do então presidente da AsBEA Nacional, arquiteto Ronaldo Rezende, e logo partiu na busca da integração dos colegas. A iniciativa foi bem-sucedida e, em 2006, foi criada a entidade. Maria Lúcia assumiu a vice-presidência de Comunicação e Cidadania na primeira diretoria, presidida pelo arquiteto Roberto Rita, do Mantovani e Rita Arquitetura.
“A minha emoção foi muito grande. Estou sem palavras para dizer como foi essa emoção, mas registro o meu humilde agradecimento pela oportunidade de poder passar aos jovens presentes, à equipe da diretoria e a todos aqueles que estavam com muita vontade mesmo de sentir essa nova gestão no início da proposta”, afirmou Maria Lúcia, agradecendo a acolhida no evento. “Ao chegar fui tão bem recebida, tão afagada e tão amada. Gratidão eterna. Agradeço a Deus pela oportunidade de ter estado com vocês e com essa nova diretoria, desejando que realmente tenham uma ótima gestão e ver que todo esse trabalho construído ao longo dos 19 anos está sendo bem aproveitado e vai ser cada vez mais”, disse. A arquiteta destacou, ainda, a oportunidade de conhecer May East pessoalmente. “O tema do livro dela é muito promissor, porque realmente mexe conosco. Pede uma postura de nós, mulheres, de termos força, determinação e garra de continuarmos. Para não esmorecermos em nenhum momento e fazer dessa nova gestão mais oportunidades e mais crescimento, mais união, mais fortalecimento da própria classe”, complementou Maria Lúcia.
E se as mulheres projetassem a cidade?
No segundo momento do evento, May East, urbanista brasileira que vivem entre Florianópolis e Edimburgo, na Escócia, envolveu os participantes coma palestra “E se as mulheres projetassem a cidade?”. O tema é o título do livro que lançou a partir da sua tese de doutorado em Arquitetura e Planejamento Urbano pela Universidade de Dundee, Escócia.
No livro, ela explora as relações entre as mulheres e as cidades na criação de bairros regenerativos lançando uma nova perspectiva sobre o desenvolvimento urbano. E aponta 33 pontos de alavancagem identificados por May nas entrevistas feitas durante caminhadas com 274 mulheres nas pesquisas para a sua tese. São pontos que indicam como urbanistas, gestores públicos e comunidades podem intervir nos sistemas de planejamento urbano, para que as cidades do presente e do futuro possam ser mais inclusivas e habitáveis. Durante o evento, May distribuiu cards de cada ponto de alavancagem e convidou os participantes a discutirem entre si, refletindo sobre o potencial de cada um deles.
“Quando as mulheres ganham mais espaço no planejamento urbano, não significa que os homens vão perder. Nós aqui estamos falando de mulheres trabalhando junto aos homens para redistribuição do poder, para equilibrar a representação e juntos e juntas transformarem os sistemas de planejamento urbano”, enfatizou May East.
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Confira a galeria de fotos:
O evento contou com o patrocínio da Moradaeco e com o apoio da Mobile Design Studio, ambas empresas associadas AsBEA-SC sediadas no SC Square. Ao final do evento, foi realizado um brinde de confraternização na loja Moradaeco, com música, descontração e sessão de autógrafos de May East.
Fotos: Fernando Willadino